sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Eu Quero Viver-Nina Lugovskaia


Acabou. O meu pai foi-se embora esta manhã. Para onde? Tenho medo de escrever, as paredes veriam e denunciariam. Mas já não está connosco. Que importa onde foi? O meu pai partiu, doente, cego de uma vista, e eu estou aqui sentada a escrever o diário.

Também nós vivíamos bem antes de o papá ser preso, mas depois...parece que caímos do céu para um turbilhão de privações e tensões.(...) A Ira continuará a estudar, mas alimentará na alma toda a sua raiva contra eles. Oh, bandidos!Patifes!Como ousam fazê-lo?

A minha vida decorre em condições estranhas, pouco normais. Sou como um condenado sem esperança de ser libertado e que, no entanto, sonha com a libertação.

E que direito tem estes bolcheviques de tratar o país e a sua gente de uma maneira tão cruel e arbitrária de, com tanta impunidade, proclamarem leis ultrajosas em nome do povo, de mentirem e de se esconderem atrás de palavras muito importantes, que agora perderam o seu significado:socialismo e comunismo?

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